"A definição da nobreza cultural é o pretexto para uma luta que, desde o século XVII aos nossos dias, não deixou de opôr, de maneira mais ou menos declarada, grupos separados em sua ideia sobre a cultura, sobre a relação legítima com a cultura e com as obras de arte, portanto, sobre as condições de aquisição, cujo produto é precisamente estas disposições: a definição dominante do modo de apropriação legítima da cultura e da obra de arte favorece, inclusive no campo escolar, aqueles que, bem cedo, tiveram acesso à cultura legítima, em uma família culta, foras das disciplinas escolares. [...] A negação da fruição inferior, grosseira, vulgar, venal, servil, em poucas palavras, natural, que constitui como tal o sagrado cultural, traz em seu bojo a afirmação da superioridade daqueles que sabem se satisfazer com prazeres sublimados, requintados, desinteressados, gratuitos, distintos, interditados para sempre aos simples profanos. É assim que a arte e o consumo artístico estão predispostos a desempenhar, independentemente de nossa vontade e de nosso saber, uma função social de legitimação das diferenças sociais" (Bourdieu, 2007 [1979]: 9, 10, 14).
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Desconcerto Manifestação - Ensino Artístico
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